Testa de Ferro Por Acaso - Martin Ritt + Macartismo
Testa de Ferro Por Acaso - Martin Ritt
Postado em 6/10/2013
The Front - EUA - 1976
Direção - Martin Ritt
Roteiro - Walter Bernstein
Gênero - comédia - drama
Duração - 91 minutos
Elenco - Woody Allen, Zero Mostel, Michael Murphy, Herschel Bernardi, Andrea Marcovicci.
Sinopse - 1953. Howard Prince trabalha em um restaurante e aceita ajudar Hecky Brown, um roteirista que é seu amigo. Hecky está na lista negra promovida pelo senador McCarthy e, com isso, não consegue emprego na TV e no cinema. O plano é que Howard apresente em uma emissora de TV um roteiro de Hecky como se fosse seu, sendo bem remunerado por isto. Como precisa saldar dívidas de jogo, Howard aceita. Só que à medida que lida com Florence Barrett, que largou a TV por não suportar mais o ambiente, e um antigo astro que está na lista negra, Howard começa a mudar seu pensamento diante da situação em que está envolvido.
Curiosidades - A cena do suicídio do personagem Hecky Brown foi inspirada no suicídio verídico do ator Philip Loeb, incluído na lista negra de McCarthy.
- Vários dos envolvidos no filme estiveram na lista de subversivos promovida pelo senador McCarthy, como o diretor Martin Ritt, o roteirista Walter Bernstein e os atores Zero Mostel, Herschel Bernardi, LLoyd Gough e Joshua Shelley.
- Durante os créditos finais os presentes no filme que estiveram na lista negra têm, ao lado do nome, o ano em que foram incluídos nela.
- Traz a última aparição de Zero Mostel no cinema.
- Primeiro filme estrelado por Woody Allen, em que ele não escreveu o roteiro e nem dirigiu.
- Também é o primeiro filme que a borda o macartismo de maneira direta.
Comentário - "Testa de Ferro Por Acaso" retrata com perfeição o macartismo e o clima vivido na época. Mostrado em tom de comédia dramática, o filme é uma necessária e contundente crítica ao macartismo. O discurso final de Howard é destes momentos inesquecíveis do cinema, tanto pelo teor do assunto, como pela maneira tocante que Allen interpreta.
Nota - 8
Macartismo
Na década de 1950, houve nos Estados Unidos da América uma política intensa anticomunista. O senador norte-americano Joseph McCarthy instituiu uma campanha de perseguição aos comunistas em território estadunidense que ficou conhecida como macartismo. McCarthy afirmava que nos Estados Unidos estariam milhares de comunistas infiltrados, agentes soviéticos agindo como espiões, articulando algum movimento contra o país. O senador, reivindicando o patriotismo, solicitava em forma de apelo para que a sociedade estadunidense delatasse os comunistas.
Com a ascensão do macartismo nos Estados Unidos, diversos atores e músicos foram perseguidos e acusados de serem comunistas. O ator e diretor britânico Charles Chaplin foi uma das pessoas que sofreram duramente com o macartismo. Acusado de propagar a ideologia comunista e criticar o capitalismo em seus filmes, foi expulso dos Estados Unidos e teve seus bens materiais todos confiscados pelo governo. Outras pessoas que sofreram com o macartismo tiveram um fim trágico, muitas se suicidaram e outras ficaram na absoluta miséria.
A política anticomunista iniciada pelo macartismo influenciou vários conflitos posteriores, nos quais os norte-americanos estavam envolvidos direta ou indiretamente. Um desses conflitos ocorreu em 1950, na Coreia, que se encontrava dividida (Coreia do Norte sob influência comunista chinesa e soviética; e a Coreia do Sul influenciada pelos Estados Unidos). Na guerra da Coreia aproximadamente dois milhões de pessoas morreram e a situação territorial coreana continuou a mesma após a guerra. A Guerra do Vietnã (1964-1975) também ocorreu sob influência da política macartista.
A Guerra Fria acabou em 1989, mas a ideologia capitalista ainda prevalece no mundo globalizado e os Estados Unidos continuam empreendendo guerras.
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