O Ébrio - Gilda Abreu + Letra da Música
O Ébrio - Gilda Abreu + Letra da Música
Postado em 27/1/2014
O Ébrio - Brasil - 1946
Direção - Gilda Abreu
Roteiro - Gilda Abreu e Vicente Celestino
Gênero - drama
Duração - 126 minutos
Elenco - Vicente Celestino, Rodolfo Arena, Walter D'Ávila, Antonia Marzullo.
Sinopse - Gilberto Silva é um jovem rico do interior cujo pai perde a fazenda e o deixa na miséria. Sem apoio de ninguém, Gilberto vai para a cidade grande, onde começa perambular até conhecer um padre que abre suas portas e o ajuda a procurar emprego e a aplicar seu talento musical — e Gilberto se inscreve num programa de calouros onde começa a ganhar notoriedade e algum dinheiro para terminar seu curso de medicina. Conhece sua futura esposa Marieta no hospital. Depois de alguns acontecimentos envolvendo familiares e a perda da esposa, ele decide viver como um fantasma, começando a se afogar na bebida e vagabundagem.
Curiosidades - Estima-se que, somente nos seus primeiros quatro anos, foi visto por 4 milhões de espectadores, quando o Brasil acabara de chegar a 50 milhões de habitantes.
- Foram feitas quase 500 cópias do filmes, um recorde no cinema brasileiro.
- Na época, muitas pessoas fizeram um paralelo com o filme "Farrapo Humano" de Billy Wilder, Ray Milland era "o ébrio de Hollywood", enquanto Vicente Celestino era "o farrapo humano de São Cristóvão".
- A diretora, Gilda Abreu, era esposa de Vicente Celestino.
“Estou no último degrau da escada da decadência.”
Comentário - Muito antes de "Faroeste Caboclo", a música brasileira já servia de inspiração para o cinema. O filme esta longe de ser uma obra-prima, e ainda acabou envelhecendo mal devido sua melodramaticidade, mas é interessante por ser historicamente importante devido sua popularidade na época. Sua narrativa melodramática influenciou as novelas de TV e é usada até hoje. O ponto alto do filme, como não poderia deixar de ser, é o momento em que Vicente Celestino canta "O Ébrio", sua consagrada composição e um dos grandes clássicos da MPB.
Nota - 7
O Ébrio
Tornei-me um ébrio e na bebida busco esquecer
Aquela ingrata que eu amava e que me abandonou.
Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer.
Não tenho lar e nem parentes, tudo terminou...
Só nas tabernas é que encontro meu abrigo.
Cada colega de infortúnio é um grande amigo,
Que embora tenham, como eu, seus sofrimentos,
Me aconselham e aliviam o meu tormento.
Já fui feliz e recebido com nobreza. Até
Nadava em ouro e tinha alcova de cetim
E a cada passo um grande amigo que depunha fé,
E nos parentes... confiava, sim!
E hoje ao ver-me na miséria tudo vejo então:
O falso lar que amava e que a chorar deixei.
Cada parente, cada amigo, era um ladrão;
Me abandonaram e roubaram o que amei.
Falsos amigos, eu vos peço, imploro a chorar:
Quando eu morrer, à minha campa nenhuma inscrição.
Deixai que os vermes pouco a pouco venham terminar
Este ébrio triste e este triste coração.
Quero somente que na campa em que eu repousar
Os ébrios loucos como eu venham depositar
Os seus segredos ao meu derradeiro abrigo
E suas lágrimas de dor ao peito amigo.
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