Ganga Bruta - Humberto Mauro + Biografia
Ganga Bruta - Humberto Mauro
Postado em 9/4/2013
Ganga Bruta - Brasil - 1933
Direção - Humberto Mauro
Roteiro - Octávio Gabus Mendes (argumento), Humberto Mauro (roteiro).
Gênero - drama
Duração - 82 minutos
Elenco - Durval Bellini, Dea Selva, Lu Marival, Décio Murilo, Andréa Duarte.
Sinopse - Homem casa-se e na noite de núpcias descobre que sua mulher já fora de outro. Enfurecido a mata. Absolvido pela justiça vai para o interior trabalhar no ramo da construção. Acaba sentindo-se atraído por uma jovem que é noiva de outro e novo conflito se estabelece.
Curiosidades - O título original do filme é Dança das Chamas.
- Relegado ao esquecimento, foi recuperado em 1952 para a 1ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro, que o consagraria como a obra-prima de Humberto Mauro.
- Anos depois, em sua Revisão Crítica do Cinema Brasileiro, Glauber Rocha o consideraria "um dos vinte maiores filmes de todos os tempos" e atribuiria a Humberto Mauro o título de "pai do cinema brasileiro".
Comentário - O filme trata de assuntos polêmicos para a época, como violência às mulheres e desejos sexuais. Uma obra inovadora com uma narrativa não linear usando flash-backs. "Ganga Bruta" é um marco do cinema brasileiro junto com "Limite" de Mario Peixoto.
Nota - 8
Humberto Mauro
Filho de um imigrante italiano, desde cedo se interessou por música, tocando violino e bandolim. Em 1923, passou a se interessar por fotografia. Adquiriu uma câmera Kodak de Pedro Comello, imigrante italiano a quem convenceu a se instalar em Cataguases como fotógrafo e de quem se tornaria amigo inseparável. Ambos compartilhavam de uma paixão pelo cinema, principalmente pelos filmes americanos de aventura. Admirava D.W. Griffith e King Vidor.
Em 1925, Mauro e Comello compraram uma câmara cinematográfica de 9,5 mm, marca Pathé, com a qual Mauro filmou um curta-metragem cômico de apenas 5 minutos de duração. Em 1926 realizam "Na Primavera da Vida" e em seguida "Thesouro Perdido", um filme nos moldes dos filmes de aventura americanos, com muitas e complicadas cenas de ação. Foi premiado como o melhor filme brasileiro de 1927.
Com o sucesso de "Thesouro Perdido", Mauro pôde ampliar sua produtora, rebatizada de Phebo Brasil, e desenvolver filmes de acordo com sua visão pessoal. Seu trabalho seguinte, "Brasa Dormida", é uma bem sucedida mistura de aventura e romance, com excelente aproveitamento dos cenários naturais, em que não falta uma excitante cena erótica.
Seu longa-metragem seguinte, seu último para a Phebo, "Sangue Mineiro" é considerado sua obra-prima em Cataguases. Lançado em julho de 1929, percorreu todo o país com sucesso de crítica e público. Aqui ele deixa de lado a aventura e faz um filme intimista, em que os únicos conflitos são os do coração.
Com o surgimento da Cinédia, em 1929 ele vai para o Rio de Janeiro, dirigindo as primeiras produções do estúdio, "Barro Humano" e "Lábios sem Beijos", mostrando domínio na técnica do cinema falado. Seu filme seguinte, "Ganga Bruta", teve dificuldades na sua realização que se prolongou de 1931 a 1933. Era um filme de estrutura narrativa revolucionária para a época, com flashbacks e cortes rápidos.
Depois de dirigir a "Voz do Carnaval" (33), seu primeiro musical, troca a Cinédia pela Brasil Vita Filmes onde fez "Favela dos Meus Amores" (35) e "Cidade Mulher" (36). Depois realizou "Descobrimento do Brasil" (37), com música de Villa-Lobos, "Argila" (40) e "Canto da Saudade" (52).
Afastado do cinema desde 1974, quando fez o curta-metragem "Carro de Bois", passou a viver em seu sítio "Rancho Alegre", em Volta Grande, onde morreu, aos 86 anos, quase que completamente cego, após uma forte pneumonia.
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