Eu, um Negro - Jean Rouch + Biografia
Eu, um Negro - Jean Rouch
Postado em 13/6/2013
Moi, un Noir - França - 1958
Direção - Jean Rouch
Roteiro - Jean Rouch
Gênero - documentário - drama
Duração - 70 minutos
Elenco - Amadou Demba, Karidyo Faoudou, Gambi, Oumarou Ganda, Alassane Maiga.
Sinopse - Imigrantes nigerianos na Costa do Marfim assumem nomes de atores americanos, improvisam cenas sobre o cotidiano e, depois, recriam suas próprias falas na dublagem.
Curiosidades - Afastando-se dos métodos tradicionais, o cineasta pediu que eles improvisassem diante das câmeras. O uso do som também foi totalmente subvertido, na medida em que os diálogos foram regravados em estúdio pelos próprios personagens enquanto assistiam às imagens captadas.
Comentário - Com uma montagem singular para os padrões da época, "Eu, um Negro" é considerado um marco do cinema. O filme mostra os problemas decorrentes da descolonização africana por meio de jovens nigerianos recém-chegados à Costa do Marfim. Um filme revolucionário que influenciou o cinema e inspirou os cineastas que criaram a Nouvelle Vague.
Nota - 8
Jean Rouch
Cineasta de mais de cem filmes e antropólogo de extensa obra escrita, Jean Rouch foi ao mesmo tempo eminência parda do cinema francês moderno, antropólogo africanista com Doutorado defendido na Sorbonne em 1952 sobre os Songhay, pesquisador do CNRS por anos a fio e autor da obra mais importante de todos os tempos no campo do filme etnográfico. Como objeto privilegiado do seu trabalho, elegeu alguns países da África Ocidental (sobretudo Níger e Mali ), dos quais nos deixou um acervo de imagens e sons sem paralelo. Mas também filmou muito na França e em outros países, revelando sempre, por onde tenha andado, curiosidade pelas diversas culturas e vontade de compreendê-las.
Rouch inovou técnica, ética e esteticamente. Procurou tratar seus personagens como sujeitos e não apenas objetos do discurso fílmico.
Seus filmes influenciaram a geração de cineastas da Nouvelle Vague e nos anos 60, ele fez parte de uma vertente do documentário que ficou conhecida como "cinema verdade". Sua obra, diversas vezes premiada em Veneza, Cannes e Berlim, se compõe de documentários etnográficos ("Os Mestres Loucos"(55) e "As Festas do Sigui"(74) ), sociológicos ("Crônica de um Verão"(61) ) e ficções ("Eu, um Negro"(58) e "Cocoroco, o Senhor Frango"(74) ).
Na sua derradeira missão ao Niger, na estrada de Tahoua, a Leste do país, é vítima de um acidente mortal de automóvel, ocorrido a 15 de Fevereiro de 2004, ao cair da noite, a 16 quilómetros da cidade de Birni N'Konni.
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