Arroz Amargo - Giuseppe De Santis + Silvana Mangano
Arroz Amargo - Giuseppe De Santis
Postado em 11/8/2012
Riso Amaro - Itália - 1949
Direção - Giuseppe De Santis
Roteiro - Giuseppe De Santis, Carlo Lizzani e Gianni Puccini (roteiro e argumento), Mario Monicelli, Corrado Alvaro, Carlo Mussi e Ivo Perilli (roteiro), Franco Monicelli (diálogos).
Gênero - drama
Duração - 108 minutos
Elenco - Vittorio Gassman, Doris Dowling, Silvana Mangano, Raf Vallone.
Sinopse - No Vale do Rio Pó, mulheres bóias-frias são contratadas para trabalharem na colheita de arroz. Elas trabalham em condições precárias com as pernas de fora. Uma delas, a camponesa Silvana, se envolve com um vigarista, Walter, que já tem uma amante, Francesca.
Comentário - Mais um grande clássico do Neo-realismo italiano, o filme mostra a exploração das mulheres que trabalham na colheita de arroz, além do envolvimento de uma ingênua jovem com um sedutor ladrão. Roteiro inteligente e uma bela fotografia, o filme lançou Silvana Mangano no cinema.
Nota - 8
Silvana Mangano
Filha de um ferroviário e de uma inglesa, começou a seguir os cursos de dança clássica em Milão, Após um pouco de hesitação, decide partir para a França para trabalhar como modelo para a Maison Mascetti; e foi precisamente na França que Silvana desponta em 1945 como figurante no seu primeiro filme: "Le Jugement Dernier".
Retornando à Itália, graças a sua beleza escultural, foi notada pelo diretor Mário Costa e logo começa a trabalhar na figuração em alguns filmes como "Il Delitto di Giovanni Episcopo" (47), de Alberto Lattuada, ao lado de Gina Lollobrigida. No entanto, segue um curso de declamação teatral, onde conheceu Marcelo Mastroianni, seu primeiro namorado.
Com apenas 19 anos, Silvana Mangano foi escolhida por Giuseppe De Santis para o filme "Arroz Amargo"(49). O filme obteve um sucesso extraordinário e Silvana, graças a sua beleza também, alcançou o sucesso no mundo do cinema, lançada como sex symbol italiano no pós- guerra. A sua imagem altiva e indolente de camponesa com a camisa elegante e com as meias pretas até a metade das coxas, tornaram-se uma imagem símbolo do cinema italiano.
Nos anos 50, escolheu roteiros adequados e com personagens psicologicamente mais complexos e etéreos, como a dançarina de night-club que torna-se freira no filme "Anna"(51) de Alberto Lattuada e "O Ouro de Nápoles" (54) de Vittorio De Sica onde interpreta a prostituta no episódio de Teresa e de novo ao lado de Vittorio Gassman em "Mambo" (54).
No seu primeiro trabalho internacional, "Ulisses" (54) por Mario Camerini, ao lado de Kirk Douglas e Anthony Quinn, a atriz interpretou dois personagens: Penelope e feiticeira Circe. Agora, Silvana era uma diva do cinema. Silvana Mangano interpretou uma mulher que luta contra a força nazista em "Cinco Mulheres Marcadas" (60) de Martin Ritt, concordando em cortar a zero o seu longo cabelo. Faz par romântico com Alberto Sordi, em uma comédia do cineasta Tinto Brass, e em "La Mia Signora" (64) e no "Il Disco Volante" (64) em "Eu... Eu... Eu... E os Outros" (65) onde reencontrou Marcello Mastroianni e foi dirida por Alberto Sordi na sátira "Scusi, lei è Favorevole o Contrario?" (66)
De 1967 à 1974, Silvana Mangano teve a oportunidade de mostrar o seu talento de maneira definitiva, dirigida por dois mestres como Pier Paolo Pasolini e Luchino Visconti, que compreenderam a sua maneira de atuar. Foi uma esplendida Jocasta no filme "Édipo Rei" (67) e trabalhou em outros dois filmes "Capriccio all'italiana" (67) e "As Bruxas" (67) ao lado de Totò. Interpretou uma mãe desnaturada e hipocrita em "Teorema" (68). Após "Decameron" (71) abandonou Pasolini e atuou na comédia "Semeando a Ilusão" (72), considerada por alguns a obra-prima de Luigi Comencini.
Nos anos 80, foi diagnosticada com câncer de estômago, então retirou-se da vida pública, participando apenas do filme "Duna" (84) de David Lynch, ao pedido de sua filha Raffaella, produtora do filme. Sentindo a aproximação do final, tornou-se amiga do ex-marido Dino De Laurentiis e trabalhou com Marcello Mastroianni na obra-prima de Nikita Mikhalkov, "Olhos Negros" (87). Ela morreu de câncer dois anos depois, em Madri, onde ela vivia com sua filha Francesca, em 16 de dezembro de 1989.
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