A Terra Treme - Luchino Visconti + Cinema Italiano

A Terra Treme - Luchino Visconti 


Postado em 7/8/2012 

                             

La Terra Trema: Episodio del Mare  -  Itália  -  1948

Direção - Luchino Visconti

Roteiro - Luchini Visconti, Antonio Pietrangeli.

Gênero - drama

Duração - 152 minutos

Elenco -  Antonio Arcidiacono, Giuseppe Arcidiacono , Venera Bonaccorso, Nicola Castorino, Rosa Catalano.

Sinopse - Jovem pescador se revolta contra a exploração de seus superiores e decide trabalhar por contra própria. Porém, com esta decisão, ele vai enfrentar um império, ao mesmo tempo em que se depara com as dificuldades de uma realidade ainda mais dura.

Curiosidades - Todos os atores foram recrutados entre "o povo" italiano, falando seu próprio dialeto local.

Comentário - Um dos maiores clássicos do Neorrealismo Italiano, "A Terra Treme" é um real e emocionante drama sobre a opressão imposta pela classe rica aos mais pobres. Usando atores amadores, locações reais e iluminação natural, características do Neorrealismo, Visconti criou um clima tão realista ao filme, que por vezes parece um documentário.

Nota - 9




                                                                                                  





Cinema Italiano








 Os primeiros estúdios italianos foram construídos em 1905, quando as duas maiores produtoras eram a Cines e a Itala. Se destacaram "Giovanna D´Arco"(1908) de Mario Caserini, "Os Últimos Dias de Pompéia"(1913) de Ubaldo Maria del Colle, "Inferno"(1913) de Giuseppe de Liguoro e dois filmes de Giovanni Pastrone "A Queda de Tróia"(1910) e o monumental "Cabíria"(1914), cujas filmagens duraram 6 meses e incluíram inovações técnicas como planos em movimentos e com gruas. Seu sucesso nos EUA inspiraram as grandes produçoes de D.W.Griffith e Cecil B. DeMille.
A I Guerra Mundial e a competição com os EUA encerraram as grandes produções, e, em 1922, todos os estúdios tinham fechado. Em 1935, Mussolini fundou a escola Centro Sperimentale di Cinematografia e o famoso estúdio Cinecitta. Nos anos 30, o cinema italiano foi dominado por filmes superficiais e aristocráticos que exaltavam a antiga glória romana, como "Cipião, o Africano"(1937). As exceções foram "Gli Uomini, che Mascalzoni!"(1932) de Mario Camerini, primeiro filme rodado em locação, "O Coração Manda"(42) de Alessandro Blasetti, que, com personagens humildes e cenários comuns, anteciparam o Neo-realismo.

 Roma, Cidade Aberta

 "Obsessão"(42) de Luchino Visconti é considerado o primeiro filme neo-realista, rótulo aplicado, após a Liberação, a obras de classe operária e filmadas em locação, com atores ou personagens reais. Cesare Zavattini, foi figura chave no movimento, sendo roteirista de quase toda a filmografia de Vittorio De Sica de 1943 a 1973. O Neo-realismo era apenas uma parcela da produção italiana e entrou em decadência em 1950, porque após a guerra, os italianos preferiam as comédias com Totó e Alberto Sordi. "Umberto D"(52) e "O Teto"(56) de De Sica, mantiveram a tradição, que influenciou alguns dietores jovens como Pier Paolo Pasolini em seu primeiro filme, "Desajuste Social"(1961), e países diversos como Brasil e Irã.
Roberto Rossellini, cujos "Roma, Cidade Aberta"(1945) e "Paísa"(1946) estão entre os melhores do Neo-realismo, optou por melodramas com Ingrid Bergman; e Visconti e De Sica abandonaram vários de seus princípios. Nos anos 50 foi a vez dos épicos mitológicos e dos veiculos frívolos de estrelas internacionais como Sylvana Mangano, Gina Lollobrigida e Sophia Loren.        

 Em 1960, raiou a era de ouro do cinema italiano, marcado pelo lançamento de "A Doce Vida" de Federico Fellini, "Rocco e Seus Irmãos" , de Luchino Visconti e "A Aventura" de Michelngelo Antonioni, três mestres que produziram a seguir uma enxurrada de obras notáveis, além de Pasolini, Bernardo Bertolucci, Ermano Olmi, Marco Bellocchio, Mario Monicelli, Ettore Scola, Francesco Rosi, Marco Ferreri e os irmãos Taviani. Ao mesmo tempo, Sergio Leone e outros faziam faroestes "espaguete", dando vida nova ao gênero, e Mario Bava e Dario Argento, horror.
Após queda nos anos 80, novos diretores alimentaram a indústria, "Giuseppe Tornatore com "Cinema Paradiso"(89), Gabriele Salvatores com "Mediterrâneo"(91) e Roberto Begnini com "A Vida é Bela"(97), venceram o Oscar de filme estrangeiro. Outros filmes matém vivo o interesse pelo cinema italiano: "As Portas da Justiça"(90), "As Chaves de Casa"(04), de Gianni Amélio; "O Carteiro e o Poeta"(94) de Michael Redford; "O Quarto do Filho"(00) e "Habemus Papam"(11) de Nani Moretti; e "O Melhor da Juventude"(03) de Marco Tullio Giordana.

 Cinema Paradiso

O cinema italiano é um dos melhores e mais ricos cinemas do planeta, além dos diretores, atores e filmes citados, dele surgiram nomes como Marcello Mastroianni, Vittorio Gasmann, Ana Magnani, Claudia Cardinale, Giancarlo Gianinni, Stefania Sandrelli, Monica Belluci,Sergio Castellitto, Nino Manfredi, Giovanna Mezziogiorno, Gian Maria Volonté, e diretores como Steno, Lina Wertmuller, Liliana Cavani, Dino Risi, Silvio Soldini, Tinto Bras, Mauro Bolognini e Valerio Zurlini.

                                                   







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