A Bela Intrigante - Jacques Rivette + Michel Piccoli
A Bela Intrigante - Jacques Rivette
Postado em 12/4/2012
La Belle Noiseuse - França/Suiça - 1991
Direção - Jacques Rivette
Roteiro - Honoré de Balzac (romance), Pascal Bonitzer, Christine Laurent (enredo e diálogos), Jacques Rivette (enredo).
Gênero - drama
Duração - 236 minutos
Elenco - Michel Piccoli, Emmanuelle Béart, Jane Birkin, Marianne Denicourt.
Sinopse - Em sua casa no campo Edouard Frenhofer, um artista sexagenário, vive uma aposentadoria voluntária. No estúdio há uma pintura inacabada na qual Mariann, sua esposa, foi o modelo, encostada na parede como uma censura da paixão que morreu entre eles. O casamento não foi rompido, mas é uma relação de compreensão e não de desejo. Um dia um fotógrafo leva Liz, sua namorada, para conhecer Edouard e Marianne. Algo acontece, pois o artista decide retomar o trabalhado terminando uma pintura que está parada há 10 anos. A obra inacabada é "A Bela Intrigante", que foi inspirado em Catherine Lescault, uma cortesã do século XVII. Ele decide usar como modelo Liz, que acaba de conhecer, mas faz o convite através do namorado dela, que concorda sem consultá-la. Quando ela fica sabendo fica irritada, pois teve a sensação que venderam seu corpo. Além disto teria de posar nua, assim fala ao seu namorado que não irá. Entretanto no dia seguinte Liz vai até a casa do pintor e os dois começam a trabalhar. Tentando fazer um bela obra, ele coloca Liz em posições bastantes incômodas, um tratamento quase sádico em um processo criativo que parece interminável, fazendo Liz detestá-lo. Paralelamente o namorado da jovem passa a se sentir inseguro nesta situação e mesmo Marianne, que sabe que ele é um cavalheiro, não se sente totalmente à vontade nesta situação.
Curiosidades - Existe uma versão de apenas 125 minutos, que possui um início e um final diferentes.
- Grande Prêmio do júri para Jacques Rivette no Festival de Cannes.
Comentário - Rivette nos mostra de maneira sublime, a relação entre artista e modelo onde eles expressam agressão, frustração e mágoa durante as sessões de pintura. Tudo filmado de maneira elegante, inclusive o frequente erotismo onde a beleza de Emmanuelle Beàrt é explorado ao máximo. Uma obra-prima requintada para se saborear e refletir.
Nota - 9
Michel Piccoli
Piccoli pode ser considerado uma lenda viva do cinema europeu, já participou de mais de 200 filmes desde o final dos anos 40. Seu primeiro filme é "Um Sino na Montanha"(45), depois disso trabalhou com os mais importantes cineastas da Europa como Jean Renoir, Jean-Luc Godard, Luis Buñuel, Jacques Rivette, Jacques Demmy, Alfred Hitchcock, Jean-Pierre Melville, Marco Ferreri, Louis Malle, Rene Clement, Agnés Varda, Manoel de Oliveira e Theo Angelopoulus.
Em sua extensa filmografia, destacam-se : "French Can Can"(54), "Técnica de um Delator"(63), "O Desprezo"(63), "Diário de Uma Camareira"(64), "Paris Esta em Chamas?"(66), "A Bela da Tarde"(67), "Duas Garotas Românticas"(67), "Topázio"(69), "O Discreto Charme da Burguesia"(72), "A Comilança"(73), "O Fantasma da Liberdade"(74), "Esse Obscuro Objeto de Desejo"(77), "Atlantic City"(80), "A Bela Intrigante"(91), "Genealogias de Um Crime"(97), "A Pequena Lili"(03), "Sempre Bela"(06), "A Poeira do Tempo"(08) e "Habemus Papam"(11), onde interpreta um Papa que renuncia por se achar incapaz de assumir o cargo. Neste filme Piccoli realiza uma de suas maiores interpretações. Ainda fazem parte de sua filmografia: "Holly Motors"(12), "Vocês Ainda Não Viram Nada"(12) e "Linhas de Wellington"(12).
Engajado numa linha política de esquerda, membro do Movimento pela Paz, ele sempre se destacou pelas suas posições contra o Front National (Frente Nacional), um partido político francês de extrema direita, militando também na Anistia Internacional.
Faleceu em 12 de maio de 2020, vítima de um AVC.
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