Olympia - Leni Riefenstahl + Cinema Propaganda

Olympia - Leni Riefenstahl 


Postado em 25/11/2011 



Olympia  -  Alemanha  -  1938

Direção - Leni Riefensthal

Roteiro - Leni Riefensthal

Gênero - documentário

Duração - 225 minutos

Elenco - David Albritton, Jack Beresford, Henri de Baillet-Latour, Adolf Hitler.

Sinopse - Dividido em duas partes; "Ídolos do Estádio" e "Vencedores Olímpicos", é um documentário épico sobre as Olimpíadas de 1936 em Berlim.

Curiosidaes  - Riefenstahl utilizou aviões, zepelins, 30 câmeras e dois anos na sala de montagens para realizar o filme.
                   - Foram filmadas quase 250 horas de imagens dos jogos.

Comentário - Com uma edição em ritmo magistral, cortes belamente executados, cenas magníficas; é um comovente registro cinematográfico sobre o esporte. Com propósito claramente propagandista, ficará sempre a pergunta até onde o filme é uma ode ao corpo humano em movimento e até onde é uma propaganda da "superioridade ariana".

Nota - 9









                            



Cinema Propaganda



O poder manipulador do cinema sempre foi reconhecido. Parte dessa eficácia vem da crença de que a câmera não mente. O gênero amadureceu na I Guerra Mundial, quando as potências envolvidas encomendavam filmes oficiais mostrando seus inimigos sob prisma desfavorável.
Vladimir Lenin, lider do estado soviético, percebeu no início da Revolução Russa de 1917 a importância da arte do cinema para ensinar as massas a apoiar objetivos bolcheviques. Quase todos os grandes filmes soviéticos mudos dos anos 20, de Sergei Eisenstein, Pudovkin e Alexander Dovzhenko visavam à propaganda, e sua forma também era revolucionária.
Entre as guerras, muitos documentários britânicos exploraram males sociais, como "housing Problems"(35). Nos EUA, o governo tentou vender à população o New Deal com "The Plow that Broke the Plains"(36), de Pare Lorentz. Os alemães "A Quem Pertence o Mundo?"(32), co-escrito pelo dramaturgo Bertolt Brecht, e "Flagelo de Deus"(30) mostram os efeitos do desemprego e o horror da vida nas trincheiras, mas quando os nazistas assumiram a indústria cinematográfica, em 1934, os filmes anti-semitas entraram na ordem do dia. O documentário de Leni Riefensthal sobre o Congresso de Nuremberg de 1934, "O Triunfo da Vontade"(35), rendeu-lhe a reputação de principal propagandista da ideologia alemã.
Durante a II Guerra Mundial, o diretor inglês Humphrey Jennings abordou o efeito da guerra nas pessoas comuns: "London Can Take It"(40) e "Listen to Britain"(42), documentário de forte influência na opinião americana. Quando os EUA entraram na guerra em 1941, produziram vários dramas antinazistas como "Hitler`s Madmen"(43) de Douglas Sirk e "Hitler`s Children"(43) de Edward Dmytryk. Frank Capra, John Huston, William Wyler e John Ford colaboraram com a Agência Americana de Informação de Guerra.
Na Guerra Fria, os esforços do Serviço de Informação dos EUA com documentários anti-soviéticos , ficções mal produzidas substituindo nazistas por comunistas, tiveram pouco efeito no clima liberal dos anos 60 e 70. Aliás, foram mais efetivos os filmes de propaganda antiamericana da época, entre eles os curtas do cubano Santiago Àlvarez como "Hanói, terça-feira 13"(67). No Brasil, tivemos recentemente o filme de Fabio Barreto "Lula - O Filho do Brasil", uma velada propaganda de ficção-biográfica.



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