O Garoto - Charles Chaplin + Comédia Pastelão

O Garoto - Charles Chaplin 


Postado em 6/3/2012 

                             


The Kid  -  EUA  -  1921

Direção - Charles Chaplin

Roteiro - Charles Chaplin

Gênero -  comédia - drama

Duração - 68 minutos

Elenco - Charles Chaplin, Henry Bergman, Edna Purviance, Jackie Coogan

Sinopse - Uma mãe solteira deixa um hospital de caridade com seu filho recém-nascido. A mãe percebe que ela não pode dar para seu filho todo o cuidado que ele precisa, assim ela prende um bilhete junto a criança, pedindo que quem o achar cuide e ame o seu bebê, e o deixa no banco de trás de um luxuoso carro. Entretanto, o veículo é roubado por dois ladrões, que quando descobrem o bebê o abandonam no fundo de uma ruela. Sem saber de nada um vagabundo faz o seu passeio matinal e encontra o bebê. Inicialmente ele quer se livrar da criança, mas diversos fatores sempre o impedem e gradativamente ele passa a amá-lo. Paralelamente a mãe se arrepende e tenta reencontrar seu filho, mas quando descobre que o carro foi roubado tem um choque, pois muito provavelmente ela nunca mais verá sua criança.

Curiosidades  - A trilha sonora de "O Garoto" foi apenas composta em 1971, pelo próprio Charles Chaplin, e inserida em uma nova versão do filme.
                     - O garoto Jackie Coogan ficou muito popular na época mas, sua família gastou todo o dinheiro que ele recebeu pelo filme e a partir daí, foi criada uma lei para proteger os atores mirins de seus pais gananciosos.

Comentário - Mais uma comovente comédia de Chaplin, que era mestre em dosar momentos de humor e de emoção. A atuação do garoto é surpreendente e as cenas de humor pastelão são impagáveis como a dança em que Carlitos pisa em chicletes ou as várias fugas dos policiais, porém a sequência mais marcante do filme é aquela em que a polícia invade o cortiço em busca do garoto e Carlitos parte em busca de resgatá-lo.

Nota - 9,5



                                                                                         






Comédia Pastelão



Tombos, perseguições, acrobacias e tortas na cara são os elementos mais associados à comédia pastelão, mas o termo pode ser usado de forma mais ampla para identificar toda comédia física muda. O pastelão ganhou status de arte refinada graças à gênios como Charles Chaplin, Buster Keaton, Harold Lloyd e Harry Langdon.
O nome comumente usado em inglês para a comédia pastelão, "slapstick", deriva das chapas de madeira que os palhaços usavam, batendo-as uma contra a outra para pedir aplausos à platéia do circo. Seu significado, porém, ficou mais associado à comédia visual muda, cujo primeiro exemplo foi "O Jardineiro Regando"(1895), dos irmãos Lumiére, onde o filme mostra um jardineiro surpreendido pelo jato d´agua no rosto.
Em sua maioria, as primeiras comédias foram feitas pelos franceses. Em 1907, a companhia Pathé lançou uma série de curtas com André Deed, primeiro astro cômico do cinema. Mas o mais talentoso e influente comediante dos tempos pioneiros foi o francês Max Linder, a quem Chaplin se referia como "o professor a quem devo tudo". Enquanto os outros cômicos eram grotescos e cheios de tiques, Linder adotou como personagem um dândi confuso, de cabelo liso, bigode e chapéu de seda que sobrevivia a todas as catástrofes.
  









Max Linder


A comédia americana surgiria em 1912, com Mack Sennett e sua Keystone Company, com destaque para os Keystone Kops, grupo de policiais trapalhões, que atuaram em muitos filmes mudos. Usando ação acelerada, movimentos reversos e outros truques de câmera e edição, Sennett concebeu um tipo de comédia ligeira e irreverente, para sempre associada a seu nome. Em geral, os filmes terminavam com uma perseguição de tirar o fôlego e acrobacias executadas pelos comediantes. Sennett filmou a primeira "torta na cara", arremessada por Mabel Normand em Roscoe "Fatty" Arbuckle em "Barulho das Profundezas"(1913). Também fez a primeira comédia de longa-metragem americana, "Carlitos Casanova"(1914), estrelado por Charles Chaplin e Mary Dressler. O rival de Sennett era Hal Roach, cujo estúdio tinha contratos com Harold lloyd, com as crianças do grupo Our Gang e com Stan Laurel e Oliver Hardy (O Gordo e o Magro).
Chaplin, Keaton, Lloyd e Langdon emergiram de curtas , passando a fazer filmes de longa-metragem na década de 1920. Chaplin rompeu com as técnicas mecânicas e cruas de Sennett e introduziu traços patéticos e pano de fundo social em suas farsas, mais estruturadas e ambiciosas: "Luzes da Cidade"(33) é um exemplo.
Os filmes de Buster Keaton trouxeram uma soberba aliança entre comédia visual e tècnica cinematográfica, com gags apoiadas em cortes, tomadas de câmera e na tensão espacial-temporal, que atingiu seu ápice com "A General"(26). Langdon, por sua vez, criou o personagem que ficou conhecido como "bebê velho". Lloyd adicionou fortes emoções à comédia, equilibrando-se no parapeito de um arranha-céu, sua imagem ficou associada a esse tipo de façanha, mas apenas cinco títulos de sua filmografia de 300 obras têm sequências desse jeito.

 Harold Lloyd em "O Homem Mosca"- 1933








O advento do cinema sonoro afetou a comédia pastelão, mas a tradição de palhaçadas visuais seguiu adiante, com Laurel e Hardy e, mais tarde, com duplas como Abbot e Costello ou Dean Martin e Jerry Lewis. Peter Sellers imortalizou o desastrado inspetor Clouseau na série "A Pantera Cor-de-Rosa", enquanto Jacques Tati e Pierre Étaix, na França, e Totó na Itália, mantiveram a comédia visual viva. Em 1962, Stanley Kramer fez um tributo de três horas de duração ao gênero com "Deu a Louca no Mundo".






 O Gordo e o Magro













Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Meu Ódio Será Sua Herança - Sam Peckinpah + William Holden

Varda por Agnès - Agnès Varda

Feios, Sujos e Malvados - Ettore Scola + Biografia

Drácula de Bram Stoker - Francis Ford Coppola

Era Uma Vez no Oeste - Sergio Leone + Biografia + Enio Morricone

O Último Tango em Paris - Bernardo Bertolucci

Sobre Meninos e Lobos - Clint Eastwood

Os Sonhadores - Bernardo Bertolucci

O Magnífico - Philippe de Broca

Gata em Teto de Zinco Quente - Richard Brooks