O Demônio da Algéria - Julien Duvivier + Jean Gabin

O Demônio da Algéria - Julien Duvivier 


Postado em 3/12/2011 


Pepé Le Moko - França - 1937

Direção - Julien Duvivier

Roteiro - Henri La Barthe (romance e enredo), Julien Duvivier (enredo), Jacques Constant (adaptação), Henri Jeanson (diálogos).

Gênero - policial - romance

Duração - 94 minutos

Elenco - Jean Gabin, Gabriel Gabrio, Saturnin Fabre, Gilbert Gil, Mirelle Balin, Charpin.

Sinopse - A Casbah de Argel nos anos 30 foi uma rede inextricável de ruelas, casas de jogos clandestinas e traficantes. Pepé le Moko, um gângster de origem metropolitana reina na área, zombando até de policiais. Para capturá-lo, seria preciso que ele saísse do seu reduto, inacessível às autoridades. É o que tenta fazer o astuto inspetor Slimane.

Curiosidades   - O filme foi filmado na véspera da II Guerra Mundial e inspirado vagamente em Scarface e num livro de um detetive parisiense.
                   - Ganhou uma refilmagem dois anos depois em Holywood com o nome de "Algéria", com Charles Boyer.

Comentário - O filme consolidou o estrelado de Jean Gabin, um dos maiores atores do cinema europeu. "O Demônio da Algéria" tem um estilo parecido com os filmes de gângster de Holywood porém, com uma grande dose de romantismo. É interessante notar como Pepé le Moko é protegido pelo seu habitat com ruas estreitas de difícil acesso e pelas pessoas que lá habitam, assim como acontece com as favelas do Rio de Janeiro.

Nota - 8,5



                                                                                     





Jean Gabin



  Jean Gabin  -  Paris, 17 de maio de 1904 — Neuilly-sur-Seine, 15 de novembro.

Conhecido por interpretar desajustados durões cuja conduta ríspida ainda abria espaços para sensibilidade e consciência, Gabin possuía um carisma e uma obra tão atraentes que chegou a se transformar em herói nacional. Bailarino do Folies-Bergère começou nas telas através de filmes de Julien Duvivier, em particular "Maria Chapdelaine"(34), "A Bandeira" e "Gólgota" (ambos de 35) e "Camaradas"(36); contudo, foi em "O Demônio da Algéria"(36) também de Duvivier, que o levou ao estrelato. Eletrificou as platéias como um gângster em fuga e solidificou seu sucesso com "A Grande Ilusão"(37) e "A Besta Humana"(38), de Renoir, "Cais das Sombras"(38) e "Trágico Amanhecer"(39), ambos de Marcel Carné. Antes de se juntar à marinha francesa durante a II Guerra Mundial, atuou em dois fracos filmes americanos "Águas Tempestuosas"(42) e "O Impostor"(44). Após a guerra, mostrou possuir ainda certa excelência, notadamente em "Touchez pas au Grisbi"(54).
Com quase 70 anos, Jean Gabin torna-se cada vez mais seletivo em relação a seus papéis, beirando a caricatura. Assim, suas interpretações em "La Horse" (1970) ou no "L'Affaire Dominici" (1973), consolidam ainda mais seu personagem de patriarca teimoso. Mais foi com "O Gato" (1970) de Pierre Granier-Deferre que mostrou o quanto seu talento permanecia intacto, assim como no filme "Dois Homens Contra uma Cidade", onde dividiu novamente as telas com Alain Delon. Em 1974, gravou uma música, Je sais, com letra de Jean-Loup Dabadie, que obteve uma classificação aceitável nos índices de vendas de discos daquele ano. Seu último filme, "L'Année sainte" (1976), dirigido por Jean Girault e com Jean-Claude Brialy, foi um fracasso. Em 15 de novembro desse  mesmo ano, Jean Gabin se foi, e com ele uma figura mítica do cinema francês.








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