O Boulevard do Crime - Marcel Carné + Biografia
O Boulevard do Crime - Marcel Carné
Postado em 21/11/2011
Les Enfants du Paradis - França - 1945
Direção - Marcel Carné
Roteiro - Jacques Prévert
Gênero - drama - romance
Duração - 180 minutos
Elenco - Jean-Louis Barrault, Arletty, Pierre Brasseur, Maria Casares.
Sinopse - Primeira Época - Paris, no lugar chamado Boulevard do Crime, se misturam bandidos e atores. É lá que chega Fréderic Lemaitre, disposto a chegar ao sucesso como ator. A atriz Garance tem um romance com o mímico Debureau, mas há rivais. Segunda Época - Os anos se passaram, o Boulevard não mudou, mas Garance descobriu que cometeu um erro ao se casar com o rico Conde Courtray. Enquanto isso, Lemaitre virou um astro famoso e Debureau também faz sucesso.
Curiosidades - Eleito pelos profissionais do cinema francês, em 1990, como "o maior filme francês de todos os tempos".
- Começou a ser filmado durante a ocupação nazista da França, sendo interrompida, depois reiniciada nos estúdios em Nice. Por isso, algumas cenas foram gravadas em segredo.
- A atriz Arletty foi acusada de colaboracionista por ter se apaixonado por um oficial alemão e terminou a vida cega, mas reabilitada.
- As cenas de multidão que se passam no boulevard, contaram com 1.500 figurantes.
Comentário - Numa narrativa irresistível, Carné misturou farsa, tragédia, romance e melodrama neste filme que é uma homenagem ao teatro. Um roteiro interessante com diálogos ágeis e atuações magníficas, as três horas de filme em nenhum momento parece ser longo.
Nota - 10
Marcel Carné
Filho de carpinteiro, Carné trabalhou algum tempo como corretor de seguros e crítico de cinema até ser apresentado por Françoise Rosey a seu marido, Jacques Feyder, que o levou a seu primeiro emprego como assistente do cinegrafista-chefe Georges Périnal em "Les Nouveaux Messieurs"(28). Em 1929, foi assistente de René Clair em "Sobre os Tetos de Paris", exercendo a função de co-diretor até 1939 e auxiliando Feyder em seus importantes filmes: "A Última Cartada"(33); "Pension Mimosa"(34) e "A Quermesse Histórica"(35). Estreou como diretor em 1936, com "Jenny", cujo parceria com o poeta Jacques Prévert, que duraria 10 anos e seis filmes. "Familia Exótica"(37), excêntrica comédia-suspense ambientada numa imaginária Londres vitoriana, precedeu "Cais das Sombras"(38), com o "realismo poético" melancólico a que o diretor e roteirista ficaram associados. A imagem de Michéle Morgan e Jean Gabin em busca da felicidade num porto nebuloso é tipica da França às vésperas da guerra. "Trágico Amanhecer"(39), um dos mais célebres títulos da dupla, faz uso memorável do cenário escuro.
A ocupação nazista levou Carné a filmes escapistas, como "Os Visitantes da Noite"(42), uma lenda medieval, e "O Boulevard do Crime"(45), evocação entusiástica de Paris do século XIX. "As Portas da Noite"(46), sem o clima otimista pós-guerra, um fracasso de bilheteria, marcou o fim da parceria com Prévert. Carné tentou em vão recuperar a glória com Jean Gabin em "Paixão Abrasadora"(49) e "Thérèse Raquin"(53), e sua reputação foi superada pela Nouvelle Vague, apesar de filmes sobre a juventude como "Os Trapaceiros"(58).
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