Nanook, o Esquimó - Robert J. Flaherty + Cinema Documentário
Nanook, o Esquimó - Robert J. Flaherty
Postado em 5/11/2011
Nanook of the North - EUA/França - 1922
Direção - Robert J. Flaherty
Roteiro - Robert J. Flaherty, Francis H. Flaherty.
Gênero - documentário
Duração - 79 minutos
Elenco - Allakariallak, Nyla, Cunayou.
Sinopse - Documenta um ano na vida de Nanook, um caçador esquimó e sua família, a medida que lutam para sobreviver nas condições agrestes de Hudson Bay, no Canadá. Apenas com imagens, sem diálogos, este documentário mostra o comércio, a caça, a pesca e as migrações de um grupo praticamente intocado pela tecnologia industrial.
Curiosidades - Primeiro documentário em longa-metragem da história do cinema.
- Flaherty viveu 16 meses com os inuite canadenses da baía de Hudson para realizar o filme.
- Flaherty já havia filmado a vida dos esquimós em 1916 porém, pouco antes de enviar o filme para os EUA, deixou cair uma cinza de cigarro sobre o negativo, queimando mais de 9 mil metros de filme.
- Pouco tempo depois das filmagens serem concluídas, Nanook e sua família morreram durante uma violenta nevasca.
Comentário - Um retrato romântico sobre a coragem e resistência humana diante de uma natureza esmagadora e hostil. Filmado de maneira realista, embora em alguns momentos os personagens retratados tenham sido orientados a representar para a câmera. Merece ser visto não só pela qualidade e pelo interessante tema, mas também por se tratar de uma obra que revolucionou o cinema ao criar o gênero documentário.
Nota - 9
Documentário
O termo foi aplicado pela primeira vez por John Grierson, para definir "Moana"(1926) de Robert Flaherty. Os documentários começaram a ser levados a sério depois da Revolução Russa (1917), quando imagens de propaganda contribuíram para converter a população do país ao bolchevismo. Em contraste, vieram os documentários etnográficos de Flaherty, como "Nanook, o Esquimó" (1922), que retrata a realidade de uma familia indígena inuit, mas inclui algumas passagens encenadas para a câmera. A influência de Flaherty é sentida nos filmes de viagem e aventura "Grass"(25) e "Chang"(27) de Merian Cooper e Ernest Schoedsack.
O uso do documentário para fins de propaganda chegou ao ápice na Segunda Guerra Mundial, o que desgastou o gênero e motivou a queda em sua produção. mas na década de 50, na Inglaterra, uma série de curtas-metragens objetivos, retratando lugares e pessoas, lançou cineastas como Lindsay Anderson, Karel Reisz e Tony Richardson. Na França, Alain Resnais fez vários curtas notáveis, entre eles "Noite e Neblina"(55), relato devastador sobre os campos de concentração nazistas que intercala material de arquivo em preto-e-branco com imagens contemporâneas em cores. O filme de Resnais pertence a categoria de documentários históricos, investigativos, que inclui títulos como "O Desgosto e a Piedade"(69) de Marcel Ophuls, um retrato da França sob a ocupação alemã, e "Shoah"(85) de Claude Lanzmann, sobre o Holocausto, ou "A Tênue Linha da Morte"(88), investigação de Errol Morris sobre um assassinato cometido em 1976 e que ajudou a livrar um homem inocente da pena de morte.
A base do Cinèma Vérité na França, movimento liderado por Jean Rouch e Chris Marker, e do Direct Cinema nos EUA, liderado pelos irmãos Albert e David Maysles, Richard Leacock e Fred Wiseman, apostava que a filmagem devia ser o mais discreta possível para não inibir as pessoas, o que se tornou mais viável com a câmera de 16 milimetros, leve e portátil, com um gravador silencioso. O estilo foi imitado por semidocumentários(com atores) e falsos documentários cômicos. No início do século XXI o gênero ressurge e cineastas como Michal Moore se destacam.
São elementos do documentário - entrevistas, plano aberto, locações, luz natural, noticiário e locução.
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