Johnny Vai à Guerra - Dalton Trumbo + Filmes de Guerra

Johnny Vai à Guerra - Dalton Trumbo 


Postado em 26/11/2011 



Johnny Got His Gun  -  EUA  -  1971

Direção - Dalton Trumbo

Roteiro - Dalton Trumbo (romance e roteiro), Luis Buñuel (não creditado).

Gênero - guerra - drama

Duração - 111 minutos

Elenco - Timothy Bottoms, Jason Robards, Donald Sutherland, Marsha Hunt.

Sinopse - Joe é um jovem que se alista na Primeira Guerra Mundial. Em combate, pisa numa mina e perde braços, pernas, visão, olfato, audição e a capacidade de falar. Preso numa cama de hospital, objeto de estudo dos médicos, só mantém a habilidade de pensar. Após muito tempo imerso em sonhos e fantasias, entrecortados por flashbacks, Joe consegue se comunicar e pede que o deixem morrer ou que o exponham, como meio de conscientização sobre guerra.

Curiosidades  - "Johnny Vai à Guerra" tornou-se bem mais conhecido do grande público 18 anos após seu lançamento, ao ter cenas incluídas no video clip "Metallica: 2 of One", da banda de heavy metal Metallica.
                     - Luis Buñuel teve participação, não creditada, no roteiro.

Comentário - Com uma narrativa  em momentos a cores e momentos em preto-e-branco afim de separar as fases da vida do protagonista, é provavelmente o filme de maior caráter antibelicista do cinema. O filme não precisa se apoiar em discursos, uma vez que seu protagonista é o símbolo dos horrores causados pela guerra.

Nota - 9



                                                                                              






Filmes de Guerra



Os filmes de guerra tornaram-se gênero relevante ao irromper a I Guerra Mundial. Destacou-se "Corações do Mundo"(18), de D.W.Griffith, com trechos de documentário e a reconstrução em estúdio de uma vila francesa ocupada por "hunos selvagens" liderados pelo oficial alemão Erich Von Stroheim.
"Carlitos nas Trincheiras"(18) de Charles Chaplin, é ambientado em parte no front e foi lançado pouco antes do armistício, causou protestos, mas foi o maior sucesso de Chaplin na época, provando o caráter relaxante da comédia.
Acabando-se a guerra, o gênero quase desapareceu, mas houve "J`Acuse"(19), segundo o diretor Abel Gance, "um grito humano contro o choque bélico de exércitos". "Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse"(21) de Rex Ingram, que consagrou Rodolfo Valentino, era fortemente antibélico, mas também tão anti-germânico que ameaçou causar rancores entre as nações. Foi banido da Alemanha e retirado de circulação por anos.
Nos meados dos anos 20, os filmes de guerra retornaram, "O Grande Desfile"(25) de King Vidor; "Sangue por Glória"(26) de Raoul Walsh; e "Asas"(27) de William Wellman, o primeiro a ganhar o Oscar de melhor filme. O Gênero invadiu os cinemas com o advento do som. Só em 1930 estrearam "A Patrulha da Madrugada" de Howard Hawks; "Anjos do Inferno" de Howard Hughes e "Sem Novidades no Front" de Lewis Milestone. Na Alemanha, "Flagelo de Deus"(30) de G.W.Pabst retrata a banalidade da vida nas trincheiras. Em 1937, Jean Renoir faz "A Grande Ilusão", um manifesto contra a guerra sem mostrar nenhum combate.
"Sargento York"(41) de Hawks, com base no soldado mais condecorado da I Guerra Mundial, foi feito para inspirar o público à medida que o país se preparava para entrar na II Guerra Mundial. A partir dai, tivemos o período mais fértil do gênero. Hollywood lançou patrióticos filmes de ação, tal como o Reino Unido, onde títulos como "Nosso Barco, Nossa Alma"(42) de Noel Coward e "O Caminho das Estrelas"(44) de Carol Reed, foram considerados mais realistas e classistas que os americanos.
Filmes pós-guerra criticam o militarismo, como "Hame of the Brave"(49), de Mark Robson, corajosa abordagem do racismo no exército dos EUA, e "Morte Sem Glória"(56) de Robert Aldrich, uma forte condenação da vida nas forças armadas. O Japão priorizou temas pacifistas como "A Harpa da Birmânia"(56) de Kon Ichikawa, um grito angustiante pelos que sofreram na guerra. Um anos depois, Stanley Kubrick revelaria seu antibelicismo no irônico e tocante "Glória Feita de Sangue". Os anos 60 celebraram a vitória dos aliados com vários épicos; "O Mais Longo dos Dias"(62), "uma Batalha no Inferno"(65) e "A Batalha Britânica"(69). O satírico M.A.S.H.(70) de Robert Altman, embora ambientado na Coréia, é óbvia referência ao Vietnâ, conflito que enquanto durou só rendeu um filme americano, "Os Boinas Verdes"(68), com John Wayne. Depois nos anos 70, o tema explodiu: "O Franco Atirador"(78) de Michael Cimino; "Apocalypse Now"(79) de Francis Ford Coppola; "Platoon"(86) de Oliver Stone e "Nascido Para Matar"(87) de Stanley Kubrick.
Os cineastas continuaram a se inspirar na II Guerra Mundial. A Alemanha fez "O Barco - Inferno no Mar"(81) de Wolfgang Petersen, sobre a luta da tripulação de um submarino, e "Stalingrado, a Batalha Final"(93). A Rússia, que produziu filmes notáveis, como "A Balada do Soldado"(59) e "A Infância de Ivan"(62) de Andrei Tarkovsky, seguiu a tradição com "Vá e Veja"(85) de Elem Klimov.  Nos EUA houve uma lacuna de 18 anos entre o simbólico "Agonia e Glória"(80) de Sam Fuller e outros dramas afins, como "Além da Linha Vermelha" de Terrance Malick e "O Resgate do Soldado Ryan" de Spielberg, cuja longa abertura mostra a batalha pelos olhos de um soldado.
A Guerra do Golfo de 1991 foi explorada por Edward Zwick em "Coragem Sob Fogo"(96) e David O. Russell em "Três Reis"(99). A Guerra do Iraque foi retratada pelo vencedor do Oscar "Guerra ao Terror"(08) de Kathryn Bigelow.




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