Goodbye...Solo - Ramin Bahrani + Cinema Independente

Goodbye...Solo - Ramin Bahrani 


Postado em 26/1/2012 





Goodbye Solo  -  EUA  -  2008

Direção - Ramin Bahrani

Roteiro - Ramin Bahrani, Bahareh Azimi.

Gênero - drama - comédia

Duração - 91 minutos

Elenco - Souleymane Sy SavaneRed West, Diana Franco Galindo, Lane 'Roc' Williams.

Sinopse - Na Carolina do Norte, dois homens iniciam uma improvável amizade que irá transformar suas vidas para sempre. Solo é um taxista senegalês em busca de uma vida melhor para sua jovem família. William, seu passageiro, é um típico homem do sul, já idoso, que carrega alguns arrependimentos. Durante duas semanas, numa viagem de táxi pelo interior, os dois homens percebem que, apesar de suas diferenças, precisam um do outro mais do que conseguem admitir.

Curiosidades  - Ganhador do prêmio da Crítica Internacional no Festival de Veneza.
                       - Sy Savane não é do Senegal, como o personagem, mas da Costa do Marfim, e já trabalhou como comissário de bordo na Air Afrique - sonho profissional do personagem Solo.
                       - Red  West foi amigo de juventude de Elvis Presley, e trabalhou em alguns filmes com o roqueiro.

Comentário - Com um ótimo roteiro, o filme é um retrato humano e sensível sobre a amizade, tudo feito com sutileza sem cair no melodrama, é ao mesmo tempo triste e reconfortante. Além da emocionante estória, o ponto forte do filme são as magistrais atuações dos dois atores protagonistas, provando que essas premiações estadunidenses como Oscar, Globo de Ouro e outras dezenas delas, não apenas fecham os olhos para o cinema de fora dos EUA, mas também para o cinema independente de seu território.

Nota - 9



                                                                                    





Cinema Independente



Nos EUA, "indie" é todo filme financiado e produzido fora do controle direto de um grande estúdio de Hollywood. Contudo, vários indies são feitos por cineastas e astros de prestígio e distribuídos por grandes estúdios, que detém controle total sobre o material.
Muitos fatores moldaram o cinema independente americano nos anos 60 e 70, o fim da censura imposta pelo Código Hays, o colapso do sistema de estúdio, o crescimento do público de idade entre 16 a 24 anos e a contracultura em tempos de Guerra do Vietnã. Mas a noção de um cinema feito à margem dos grandes estúdios vem desde 1919, quando quatro dos maiores artistas da época, D.W.Griffith, Charles Chaplin, Mary Pickford e Douglas Fairbanks, formaram a United Artists, idéia criticada na época com frases como: "os loucos tomaram conta do hospício".
Nas décadas de 30 e 40, os grandes estúdios consolidaram seu controle sobre a indústria cinematográfica. Porém, nos anos 50, começaram a surgir os produtores independentes e em 1958, os filmes independentes correspondiam à 65% da produção de Hollywood. Roger Corman e John Cassavetes, que realizou "Sombras" com US$ 40 mil, inspiraram uma nova geração de cineastas, a exemplo do que fizeram os franceses da Nouvelle Vague, ao darem as costas para os métodos convencionais de filmagem.
No final dos anos 60, Dennis Hopper e Peter Fonda conceberam, escreveram, levantaram o financiamento e estrelaram o filme "Sem Destino"(69), um road-movie que tratou de drogas, rock e violência, cativando platéias jovens e faturando mais de US$ 16 milhões. De olho nesse público, os grandes estúdios contrataram jovens cineastas, permitindo-lhes trabalhar com relativa autonomia.
O campo estava aberto para gerações futuras de cineastas independentes, como David Lynch, Jim Jarmusch, Spike Lee, Gus Van Sant e os irmãos Coen que desde seu filme de estréia "Gosto de Sangue"(84) são a maior influência sobre o cinema independente americano. Quentin Tarantino inaugurou sua linha de filmes que parodiam e reiventam os gêneros com "Cães de Aluguel"(92).
No iníco do século XXI, a tecnologia digital e a queda do preço dos equipamentos impulsionaram a produção indie, cujo a maior vitrine é o Sundance Festival, promovido por Robert Redford. A linha divisória entre os filmes de grandes estúdios e o independente está cada vez mais borrada, mas os indies seguem como a face mais "cool" da produção holywoodiana.
Alguns exemplos de filmes independentes: "Sombras"(59) de John Cassavetes; "A Pequena Loja dos Horrores"(60) de Roger Corman; "A Noite dos Mortos-Vivos"(68) de George Romero; "Eraserhead"(77) de David Lynch; "Faça a Coisa Certa"(89) de Spike Lee; "Cães de Aluguel"(82) de Quentin Tarantino; "Gosto de Sangue"(84) dos irmãos Coen; "Estranhos no Paraíso"(84) de Jim Jarmusch; "Sexo, Mentiras e Videotape"(89) de Steven Soderbergh; "Garotos de Programa"(91) de Gus Van Sant e "O Balconista"(94) de Kevin Smith.




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