Flores do Amanhã - Yang Zhang + Cinema Chinês

Flores do Amanhã - Yang Zhang 


Postado em 21/11/2011 



Xiang Ri Kui  -  China/Holanda/Hong Kong  -  2005

Direção - Yang Zhang

Roteiro - Yang Zhang, Shangjun Cai, Xin Huo.

Gênero - drama - romance

Duração -  129 minutos

Elenco - Joan Chen, Zhang Fan, Ge Gao, Wang Haidi.

Sinopse - O ano é 1976 e a morte de Mao Tse Tung deu fim à tirania na China. O pintor Gengnian passou anos presos num campo de trabalho, onde teve suas mãos deformadas. Ele volta para casa para os braços de sua amada esposa Xiuqing e para seu filho Xiangyang de 9 anos que, além de não reconhecê-lo, sente-se profundamente incomodado com a nova presença na sua vida. Recusando-se a aceitar seu crescente talento para a pintura, Xiangyang deixa um explosivo destruir sua mão, numa tentativa desesperada de copiar o defeito de seu pai e destruir seu sonho de ver o filho na carreira artística. Passam-se décadas e uma série de eventos conturbados criam uma China desligada de seu passado e de suas tradições. Ironicamente, Xiangyang torna-se um renomado pintor, mas continua a ter um relacionamento difícil com o pai.

Curiosidades -  As pinturas de Xiangyang na exposição foram feitas pelo artista chinês Zhang Xiaogang.

Comentário - Narrado pelo personagem do filho, e tendo como pano de fundo as mudanças políticas ocorridas na China, o filme é um belo drama sobre o conflito de gerações e a  paternidade, além de uma crítica ao regime ditatorial chinês. Tecnicamente muito bem feito, com belas imagens e ótimas interpretações, com destaque para Joan Chen que ficou famosa nos anos 80 ao fazer filmes em Hollywood.

Nota - 8



                                                                                                  






Cinema Chinês



A China demorou para desenvolver a indústria de cinema, no início, adaptava óperas e comédias leves para o grande público local, mas de distribuição restrita, devido à língua pois, os principais estúdios ficavam em Xangai, e os filmes eram falados em mandarim, que poucos compreendiam. Então empresas pequenas de Hong Kong produziram filmes em cantonês para distribuição na China. O primeiro título aclamado no exterior foi "Yu Guang Qu"(34), sobre pescadores no rio Yangste. Em 1937, o Japão invadiu Xangai e muitos cineastas foram para Hong Kong ou Taiwan.
Os estúdios dominados quase só produziam filmes de propaganda. Após a guerra, grupos de esquerda fizeram os melhores filmes, como "Wuya yu Maque"(49) de Junli Zheng, sobre um senhorio corrupto e seus inquilinos, um dos últimos frutos da fértil China pré-comunista e com estilo próximo ao neo-realismo italiano.
O primeiro filme da República Popular da China(1949), foi o documentário russo-chinês "Novyy Pekin"(50) dirigido por Sergei Gerasimov. Xie Jin, foi o diretor mais importante do início dos anos 60, fez "Hong se Niang Zi Jun"(60), com base no clássico balé chinês, e "Wutai Jiemei"(65), anticapitalista e pró - feminista, com elementos do melodrama americano, um dos últimos filmes antes da Revolução Cultural, ambos com vivo senso de cor, composição e ângulo de câmera. Acusado de "humanismo burguês" e preso por alguns anos, Xie Jin só voltou a filmar no final dos anos 70.
A Revolução Cultural produziu seis filmes, todos de propaganda e impacto visual, muitas refilmagens de óperas de Pequim, supervisionadas por Chiang Ching, ex-atriz e bailarina casada com Mao-Tsé Tung. Após a Revolução a produção estourou, criticavam fortemente esse período, como em "tian yun Shan Chuan Qi"(80), que mostra a pressão política da Guarda Vermelha em relações pessoais, ou a série sobre a luta pela individualidade, iniciada com "Ren Sheng"(84), de Wu Tian-Ming, diretor da quinta geração formada pela Academia de Cinema de Pequim no fim dos anos 70.
Outros mais famosos são Kaige Chen e Zhang Yimou, da China continental, famosos pelos primeiros títulos, "Terra Amarela"(84) e "O Sorgo Vermelho"(87). "Adeus Minha Concubina"(93), de Chen, foi o primeiro a ganhar a Palma de Ouro em Cannes. Outros filmes notáveis dessa geração são "Hei Pao Shi Jian"(85) de Huang Jianxin, sátira sagaz sobre a burocracia e "The Horse Thief"(86) de Tian Zhuangzhuang, filmado no Tibet.





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