Deus e o Diabo na Terra do Sol - Glauber Rocha + Biografia

Deus e o Diabo na Terra do Sol - Glauber Rocha 

Postado em 13/1/2012 

                             

Deus e o Diabo na Terra do Sol  -  Brasil  -  1964

Direção - Glauber Rocha

Roteiro - Glauber Rocha

Gênero - drama - faroeste

Duração - 125 minutos

Elenco - Geraldo Del Rey, Yoná Magalhães, Maurício do Valle, Othon Bastos.

Sinopse - Manuel é um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo coronel Moraes e acaba matando-o numa briga. Ele passa a ser perseguido por jagunços, o que faz com que fuja com sua esposa Rosa. O casal se junta aos seguidores do beato Sebastião (Lídio Silva), que promete o fim do sofrimento através do retorno a um catolicismo místico e ritual. Porém ao presenciar a morte de uma criança Rosa mata o beato. Simultaneamente Antônio das Mortes, um matador de aluguel a serviço da Igreja Católica e dos latifundiários da região, extermina os seguidores do beato.

Curiosidades  - Foi rodado nos municípios de Monte Santo, Feira de Santana, Salvador, Canché e Canudos, todos no estado da Bahia.
                     - Na cena em que a multidão segue o beato subindo o Monte Santo, a produção do filme distribuiu duas latas de leite em pó para cada pessoa que subisse os 4 mil degraus escavados na pedra.
                     - Na cena em que o Beato Sebastião grita que o mundo vai se acabar, a população local, que nem imaginava o que era cinema, se revoltou. Um menino chutou sua perna e uma velha beata socava seu peito gritando "sai desse corpo, satanás".

                                  "Vai tudo se acabar! Vai chover cem dias e cem noites! O sertão vai virar mar e o mar  vai virar sertão!"

Comentário - Um faroeste encenado como ópera musicada com cordel, isso era o cinema de Glauber Rocha. Filmado em preto-e-branco árido que reflete o calor do sertão na tela, com movimentos frenéticos de câmera,mostra o sertão sem glamour ou piedade. O filme conta com um excelente elenco, Antonio das Mortes é um dos personagens mais marcantes do cinema brasileiro, e imagens inesquecíveis como a que Rosa e Corisco se beijam ao som de "Bachianas n.5" de Heitor Villa-Lobos.

Nota - 8,5


                         

Glauber Rocha

 Glauber Pedro de Andrade Rocha  -  Vitória da Conquista, 14 de março de 1939 — Rio de Janeiro, 22 de agosto de 1981.

Passou a adolescência em Salvador, onde se iniciou no cinema, dirigindo seu primeiro curta-metragem, "O Pátio" em 1959. Foi produtor executivo de "A Grande Feira"(61) de Roberto Pires, iniciando as filmagens de "Barravento" de Luiz Paulino dos Santos no mesmo ano em tal função e acabando como seu diretor. Mudou-se para o Rio de Janeiro, tornou-se jornalista e escreveu seu livro "Revisão Crítica do Cinema Brasileiro" em 1963, mesmo ano que assinou o roteiro e dirigiu "Deus e o Diabo na Terra do Sol", filme que se tornou um clássico. Repetiu o feito em "Terra em Transe"(67) e, perfeitamente integrado ao Rio, dividiu com Vinicius de Moraes, Leon Hirszhman e Eduardo Coutinho o roteiro de "Garota de Ipanema", no mesmo ano. Em 1969, fez o roteiro, o argumento, a cenografia e dirigiu "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" e, no ano seguinte, saiu do Brasil. Viveu um ano em Cuba, onde realizou o filme "História do Brazil", transferindo-se depois para a Itália, onde fez trabalhos diversos, incluindo longas-metragens em Super-8, como "Mossa"(71), "Super Paloma"(72) e "A Viagem"(74). Na África, filmou "O Leão de Sete Cabeças"(69); em 1970 fez "Cabeças Cortadas" na Espanha. Em 1975 estava na Itália para dirigir "Claro", levando pelo mundo suas idéias e sua câmera. Foi casado com as atrizes Helena Ignez, Rosa Maria Ponna, Julie Borto e com a cineasta Paula Gaitan. Em 1980, fez seu último longa-metragem, "A Idade da Terra".
Glauber faleceu vítima de septicemia, provocado por broncopneumonia.