Curtindo a Vida Adoidado - John Hughes + Cinema Teen
Curtindo a Vida Adoidado - John Hughes
Postado em 12/2/2012
Ferris Bueller's Day Off - EUA - 1986
Direção - John Hughes
Roteiro - John Hughes
Gênero - comédia
Duração - 109 minutos
Elenco - Matthew Broderick, Alan Ruck, Mia Sara, Jeffrey Jones, Jennifer Grey, Cindy Pickett, Lyman Ward, Charlie Sheen.
Sinopse - No último semestre do curso do colégio, estudante sente um incontrolável desejo de matar a aula e planeja um grande programa na cidade com a namorada, seu melhor amigo e uma Ferrari. Só que para poder realizar seu desejo ele precisa escapar do diretor do colégio e de sua própria irmã.
Curiosidades - Na sequência da parada, um cinema anuncia a exibição de "Godzilla'85". Treze anos depois, o próprio Matthew Broderick, que protagoniza "Curtindo a Vida Adoidado", viria a estrelar um filme do Godzilla.
- O ator Charlie Sheen aparece numa ponta, como o jovem com quem Jean conversa na delegacia.
- Cindy Pickett e Lyman Ward, que em "Curtindo a Vida Adoidado" interpretaram os pais de Ferris e Jean Bueller, realmente se casaram após o término das filmagens.
- Após o término dos créditos finais, Matthew Broderick reaparece como Ferris Bueller e, olhando para a câmera, diz "You're still here? It's over! Go home." (em português, "Você ainda está aí? Acabou! Vá para casa.").
- A Ferrari destruida no fim do filme é falsa. Foram usadas duas réplicas - uma delas foi adquirida por um colecionador japonês.
"A vida passa muito rápido, se você não parar e olhar ao redor de vez em quando, você pode perdê-la."
Comentário - Nos anos 80, Hollywood se notabilizou por fazer comédias adolescentes inovadoras e "Curtindo a Vida Adoidado" é uma das melhores. Usando de forma criativa a trilha-sonora e a quebra da quarta-parede pelo protagonista, o filme apresenta personagens carismáticos e cenas hilárias. A cena de Ferris cantando "Twist and Shout" é uma das mais inesquecíveis do cinema. Diversão garantida.
Nota - 8
Cinema Teen
Antes da década de 50, a figura do adolescente em geral era minimizada ou ridicularizada nos filmes. Alguns até mostravam jovens tentando atrair o sexo oposto ou fugir do controle dos pais, mas a contestação era quase inexistente. A cultura jovem começou a se infiltrar no cinema, com a rebeldia personificada por Marlon Brando e James Dean: pela primeira vez, os adolescentes tinham com quem se identificar nas telas. Emergiu como tema da moda a delinquência juvenil, com os jovens sendo vistos como um problema social. O movimento aliou-se ao rock´n roll para explodir no cinema em "Sementes da Violência"(55), de Richard Brooks.
Na década seguinte, veio a série de "filmes de praia", a maioria dirigidos por William Asher, cujos enredos envolviam um grupo de jovens surfistas às voltas com namoros, brigas com rivais e festinhas. No mesmo período, Roger Corman cortejava o mesmo público com seus filmes de motociclistas e psicodélicos. Com o relaxamento da censura a partir dos anos 60, temas como o sexo puderam ser tratados com mais realismo.
Na Grã-Bretanha, surgiram os musicais com os Beatles, dirigidos por Richard Lester, "Os Reis do îê iê iê"(64) e "Help!"(65). Na década de 70, "Loucuras de Verão"(73), de George Lucas, desencadeou uma série de filmes sobre ritos de passagem. Dez anos depois, Francis Ford Coppola lançou dois filmes teen consecutivos, "Vidas Sem Rumo" e "O Selvagem da Motocicleta".
Os filmes que mais capturaram o espirito dos anos 80 talvez tenham sido as comédias românticas de John Hughes, o ciclo começou com "Gatinhas e Gatões"(84). Os heróis de Hughes, como o garoto de "Curtindo a Vida Adoidado"(86), desafiavam o mundo burguês com alegre despreocupação, ao contrário dos raivosos rebeldes do passado. A suave obra de Hughes também contrasta com os chamados "gross out movies", comédias na linha de "Clube dos Cafajestes"(78), de John Landis, e "American Pie - A Primeira Vez é Inesquecível"(99), de Paul e Chris Weitz. Ambas as vertentes do cinema teen continuam tendo seguidores no século XXI.
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