Barry Lyndon - Stanley Kubrick + Romantismo Épico
Barry Lyndon - Stanley Kubrick
Postado em 15/3/2012
Barry Lyndon - Reino Unido - 1975
Direção - Stanley Kubrick
Roteiro - William Makepeace Thackeray, Stanley Kubrick.
Gênero - drama - guerra
Duração - 184 minutos
Elenco - Ryan O'Neal, Marisa Berenson, Patrick Magee, Hardy Krüger.
Sinopse - No século XVIII, um aventureiro irlandês, por ter transgredido a lei, obrigado a deixar seu país e tornar-se espião, soldado e jogador. Mas seu principal objetivo chegar até a aristocracia através do casamento e consegue, mas, apesar de um período de felicidade, um triste destino o aguarda.
Curiosidades - Inicialmente Stanley Kubrick havia decidido por rodar as cenas de "Barry Lyndon" na Irlanda, mas teve que mudar os sets de filmagens para a Inglaterra pelo fato de seu nome ter sido incluído na lista de alvos do IRA, pelo fato de dirigir um filme sobre soldados ingleses na Irlanda.
- O diretor Stanley Kubrick optou por nÃo utilizar luzes artificiais nas cenas noturnas de "Barry Lyndon", deste modo, foi utilizada uma lente especial que conseguia rodar cenas na noite precisando apenas da luz de uma simples vela.
- O figurino de "Barry Lyndon", que inclusive ganhou o Oscar, é formado por roupas realmente confeccionadas no século XVIII.
Comentário - Uma divertida estória sobre a ascensão social, com momentos trágicos e outros cômicos. Mas a grande qualidade do filme está na excelência tècnica como somente Kubrick poderia fazer. A fotografia é uma das mais belas do cinema, a direção de arte e os figurinos são perfeitos e a trilha-sonora soberba com músicas de Bach, Mozart, Schubert, Vivaldi e outros. Uma obra de arte para se apreciar.
Nota - 9
Romantismo Épico
Ernest Lubitsch esboçou o subgênero na Alemanha com romances históricos como "Madame du Barry"(1919) e "Ana Bolena"(1920). Clarence Brown dirigiu sete filmes com Greta Garbo, principalmente romances em ambientes luxuosos. Mas não foi antes do primeiro filme em cores, "Vaidade e Beleza"(1935), de Rouben Mamoulian, que o romantismo épico avançou por conta própria. Em 1939, surgiu "...E o Vento Levou, unindo o gênero com o Technicolor.
Mas, ainda houve romances épicos populares em preto-e-branco, como os melodramas da Gainsborough Pictures, na Inglaterra. Entre eles, o melhor foi "Mulher Diabólica"(1945). Na França, em 1950, Max Ophuls fundiu de forma sublime a Viena do século XIX e o Segundo Império, enquanto Claude Autant-Lara adaptou para a tela autores como Stendhal, Maupassant e Dostoiévski. Foi contra este último filme de época que a Nouvelle Vague francesa reagiu, embora François Truffaut, Eric Rohmer e Jacques Rivette tenham feito, mais tarde, suas próprias versões de romantismo épico.
Na Itália, os ex-neorrealistas Luchino Visconti e Roberto Rossellini dirigiram alguns dos mais soberbos filmes dessa linha. Rossellini abordou o tema de "A Tomada do Poder por Luis XIV(1966) de forma direta e realista, revelando o homem sob a peruca real. No início, vemos o rei ganhando autoridade conforme se veste pela manhã e, no final, a pequenez do monarca é exposta enquanto ele se despe. Visconti chegou ao pico artístico do subgênero com o espetáculo operístico de "Sedução da Carne"(1954) e com "O Leopardo"(1963), evocação do mundo aristocrático no período do "Risorgimento", o conturbado processo de unificação italiana. Ambos têm cores e fotografia deslumbrantes.
Na Inglaterra, James Ivory fez refinadas adaptações de romances de Henry James e E.M.Foster, além de reacender o interesse por obras de Jane Austen, em filmes realizados na década de 1990 e início do século XXI. Martin Scorsese com "A Època da Inocência"(1993) e Stanley Kubrick com "Barry Lyndon"(1975), também arriscaram-se no gênero, ambos com êxito.
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