A Vida de Emile Zola - William Dieterle + Paul Muni + Filmes Biográficos.

A Vida de Emile Zola - William Dieterle 


Postado em 29/2/2012 




The Life of Emile Zola  -  EUA  -  1937

Direção - William Dieterle

Roteiro - Emile Zola (biografia), Matthew Josephson (material de pesquisa), Norman Reilly Raine, Heinz Herald e Geza Herczeg (roteiro).

Gênero -  drama

Duração - 116 minutos

Elenco - Paul Muni, Gale Sondergaard, Joseph Schildkraut, Gloria Holden.

SInopse - A vida de Emile Zola é apresentada desde o início de sua carreira até os últimos dias. Um jovem pobre que obteve sucesso depois da publicação de seu livro "Nana". Durante a sua vida, Zola envolve-se no "Caso Dreyfus", um militar que sofre repressões por ser judeu. Por meio da defesa do capitão Dreyfus, o escritor denuncia a corrupção que assola a sociedade, principalmente em relação aos militares.

Curiosidades - Foi a primeira produção da Warner a ganhar o Oscar de Melhor Filme (ainda recebeu outras 10 indicações e 3 estatuetas).
                      - A palavra "judeu" não é dita em nenhum momento do filme, pois a Warner temia inflamar um sentimento anti-semita maior do que já havia na Europa em 1937.

Comentário - Um excelente drama biográfico onde destacam-se a excelente atuação de Paul Muni, a maneira humana de como Zola é retratado e cenas e diálogos marcantes. Uma grande oportunidade de se conhecer o escritor de obras memoráveis como "Nana", "A Besta Humana" e "Germinal".

Nota - 9
             

                 






Paul Muni



  Meshilem Meier Weisenfreund  -  Lemberg, Austri-Hungria  -  22 de setembro de 1895 — Montecito, 25 de agosto de 1967.

Tinha um cuidado perfeccionista com os papéis que desempenhava, analisando até o impacto da maquiagem em cada um. Como ator ainda criança, na Áustria, subiu ao palco com seus pais, teve seu primeiro papel falado em inglês na Broadway aos 31 anos e foi contratado pela Fox em 1929. Insatisfeito com seus dois primeiros filmes, incluindo "The Valiant"(29), que lhe valeu uma indicação para o Oscar.
Voltou à Broadway antes de "Scarface - A Vergonha de Uma Nação" e "O Fugitivo", ambos de 1932, que o tornaram um astro. Participou de vários dramas sociais autênticos da época para a Warner, mas foram os dramas  biograficos que atraiu seu maior público. "A História de Louis Pasteur"(36), pelo qual ganhou um Oscar, e "A Vida de Emile Zola"(37) foram grandes realizações.
Depois de alguns atritos sobre os papéis que lhe foram oferecidos, saiu da Warner e a demanda por seu talento diminuiu; entretanto, realizou uma grande interpretação em "Rebeldia de Um Bravo"(59), seu último papel no cinema.





Filmes Biográficos



Certos principios narrativos governam o filme biográfico convencional. O protagonista arrisca tudo pelo sucesso; quando esta no auge sofre quedas, vive conflitos pessoais ou duras provações e realiza um retorno triunfal.
Espera-se desses filmes algum grau de veracidade, ainda que a dramaticidade dos eventos seja aumentada e o tempo condensado. Também se mostra comum o recurso de criar personagens que são fusões de pessoas da vida real. Os filmes biográficos raramente almejam serem realistas, ao contrário do documentário biográfico. Difere também das obras "baseadas em fatos reais", as quais enveredam livremente na dimensão ficcional. Em geral, o filme biográfico equilibra-se numa linha condutora baseada na verdade, ainda que com alterações de muitos fatos.Tende a ser inspirador, levando o público a extrair lições a partir da vida retratada, e pode ser usado como propaganda ostensiva, como as cinebiografias "Lênin em 1918"(39) e "Lênin em Outubro"(37) ambas de Mikhail Romm.
Em muitos casos, os atores têm semelhança física com o biografado ou se valem dos recursos da maquiagem. Figuras históricas, como Napoleão e Lincoln, são imediatamente reconhecidos seja qual for o intèrprete. Kirk Douglas em "Sede de Viver"(56), de Vincente Minnelli, usou pouca maquiagem para ser convincente como Vincent Van Gogh. Bem mais dificil é obter uma aparência semelhante em filmes que retratam a vida de  artistas pop ou astros do esporte, cujos rostos e atitudes são muito conhecidos.
Os filmes biográficos existem desde os primórdios do cinema, como "Joana d`Arc"(1899), épico de Georges Méliès, sendo usados em vários gêneros: dramas de guerra: "Patton - Rebelde ou Herói?"(70), musicais; "Sonhos Dourados"(46), faroestes: "Quem Foi Jesse James?"(57), épicos: "Napoleão"(27), filmes de gângster: "Al Capone"(59), aventuras: "Lawrence da Arábia"(62) e dramas históricos "A Grande Esperança"(62). A partir da década de 1980, os filmes biográficos tornaram-se mais populares e comprometidos com a realidade.
Entre os filmes biográficos destacam-se: "A Vida de Emile Zola"(37) de William Dieterle; "Ghandi"(82) de Richard Attenbourg; "Amadeus"(84) de Milos Forman; "O Último Imperador"(87) de Bernardo Bertolucci; "Malcolm X"(92) de Spike Lee; "O Aviador"(04) de Martin Scorsese; "Ray"(04) de Hackford; "Milk - A Voz da Igualdade"(08) de Gus Van Sant; "O Homem Elefante"(80) de David Lynch; "O Escafandro e a Borboleta"(07) de Julian Schnabel; "Ivan, o Terrível"(44) de Sergei Eisenstein; "Diários de Motocicleta"(04) de Walter Salles; "Hurricane - O Furacão"(99) de Norman Jewison; "Piaf- Um Hino ao Amor"(07) de Olivier Dahan; "Bird"(88) de Clint Esatwood; "Rainha Cristina"(33) de Rouben Mamoulian; "Meu Pé Esquerdo"(89) de Jim Sheridan; "Johnny & June"(05) de James Mangold; "Camille Claudell"(88) de Bruno Nuytten entre tantos outros.




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