Viridiana - Luis Buñuel + Surrealismo

Viridiana - Luis Buñuel 


Postado em 9/9/2011 


Viridiana  -  Espanha/México -  1961

Direção - Luis Buñuel

Roteiro - Julio Alejandro, Luis Buñuel

Gênero - drama - comédia

Duração - 90 minutos

Elenco - Silvia Pinal, Fernando Rey, Francisco Rabal, José Calvo, Margarita Locano.

Sinopse - Viridiana, às vesperas de fazer os últimos votos para se tornar freira,visita o tio, um rico proprietário de terras.
                  Excitado pela semelhança da jovem com sua falecida esposa, ele resolve violá-la mas tomado pelo remorso, ele desiste e se suicida, deixando Viridiana como co-herdeira ao lado de seu filho.Com a intenção de melhorar o mundo,Viridiana acolhe um grupo de mendigos mas suas boas intenções acabam em desastre para seu próprio prejuízo.

Curiosidades    - Prêmio de Palma de Ouro em Cannes.
                       - Sua exibição foi proibida durante muitos anos na Espanha.
                       - Na verdade o filme é uma ácida crítica à igreja católica por sua adesão ao regime ditador de Franco.

Comentário - Repleto de elementos surrealistas, o filme expõe as loucuras da natureza humana e insinua que os auxílios da igreja aos necessitados são movidos por mero sentimento de culpa.
                        A cena em que os mendigos fazem uma releitura da "santa ceia " de Da Vinci é inesquecível.

Nota - 9,5



                                                                                   



Surrealismo



O poeta francês André Breton defendeu em seu "Manifesto do Surrealismo" (1924) uma arte com base na ausência do controle da razão, isenta da preocupação estética ou moral. E o cinema se tornou o meio ideal para essas teorias.
Jean Cocteau descreveu o cinema como "um sonho que não é contado, mas sonhado por todos nós ao mesmo tempo juntos". Ou seja coerente com o conceito de arte surrealista como "automatismo psiquico": um jogo livre da mente e sub-consciente, expressando o irracional, a neurose, o caótico.
Dalí e Buñuel fizeram juntos A Idade do Ouro e Um Cão Andaluz que tem uma das imagens mais marcantes da história do cinema: um olho sendo cortado por uma navalha.
Buñuel foi o grande surrealista do cinema com sua mordaz comicidade, mostrou seu ideário antiburguês e anticlerial.
Jean Cocteau mesmo se afastando dos surrealistas, tem em seus filmes, O Sangue de um Poeta e O Testamento de Orfeu, o uso de imagens oníricas de movimento.
Há elementos surrealista em filmes como O Diabo a Quatro de Léo McCarey em que o comportamento dos irmãos Marx beira a espontaneidade.
Roy Anderson, David Lynch e Spike Jonze são outros diretores diretamente influenciados pelo surrealismo.
Algumas características do surrealismo são: irracionalidade, erotismo, sonhos, imagens espelhadas e uma narrativa não linear.


Um Cão Andaluz





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Meu Ódio Será Sua Herança - Sam Peckinpah + William Holden

Varda por Agnès - Agnès Varda

Feios, Sujos e Malvados - Ettore Scola + Biografia

Drácula de Bram Stoker - Francis Ford Coppola

Era Uma Vez no Oeste - Sergio Leone + Biografia + Enio Morricone

O Último Tango em Paris - Bernardo Bertolucci

Sobre Meninos e Lobos - Clint Eastwood

Os Sonhadores - Bernardo Bertolucci

O Magnífico - Philippe de Broca

Gata em Teto de Zinco Quente - Richard Brooks