Um Filme Falado - Manoel de Oliveira + Biografia + Leonor Silveira

Um Filme Falado - Manoel de Oliveira


Postado em 12/9/2011 



Um Filme Falado - Portugal/França/Itália - 2003

Direção - Manoel de Oliveira

Roteiro - Manoel de Oliveira

Gênero - drama - aventura

Duração - 91 minutos

Elenco -  Leonor Silveira, Catherine Deneuve, John Malkovich, Irene Papas, Stefania Sandrelli.

Sinopse - Rosa Maria, uma jovem professora de história, embarca com a filha em um cruzeiro. O navio sai de Lisboa e atravessa o mar Mediterrâneo com destino a Bombaim, onde seu marido a espera.

Curiosidades - O filme fez muito sucesso no circuito de arte no Brasil, com mais de 60 mil espectadores.

Comentário - O filme tem dois fortes elementos, o diálogo, feito em várias línguas já que os protagonistas falam em português,inglês, francês, italiano e grego e por meia hora falam sobre a vida, o amor e nacionalidade.O outro grande elemento são as paisagens que mostram Marselha, as ruínas de Pompéia, Ceuta, Atenas, as pirâmides do Egito e Istambul. No final de tudo isso, ocorre um final inesperado que dividiu a opinião dos espectadores.

Nota - 7,5



                       




Manoel de Oliveira


Manoel Cândido Pinto de Oliveira, nasceu em Porto no dia 11 de Dezembro de 1908.

É originário de uma família de classe burguesa. Seu pai, foi o primeiro fabricante de lâmpadas de Portugal.
Na juventude dedicou-se ao atletismo, automobilismo e à vida boêmia. Aos vinte anos ingressou na Escola de Atores de Rino Lupo, um dos pioneiros do cinema português.
Quando assistiu ao documentário “Berlim, Sinfonia de uma Cidade” de Walther Ruttmann, decidiu fazer um filme inspirado naquele sobre a cidade do Porto, um documentário de curta-metragem sobre a atividade fluvial na Ribeira do Douro: “Douro, Faina Fluvial” (1931). O filme conquistou admiração da crítica estrangeira e o desagrado do público português.
Adquiriu formação técnica nos estúdios alemães de Kodak e participou como ator no segundo filme sonoro português, “A Canção de Lisboa” (1933) de Conttinelli Telmo.
Só mais tarde, em 1942, realizou seu primeiro longa “Aniki – Bobó”, um enternecedor retrato da infância no ambiente neo-realista da Ribeira do Porto. O filme foi um fracasso comercial e só com o tempo teria seu valor reconhecido. Oliveira decidiu abandonar outros projetos e envolveu-se nos negócios da família.
Não perdeu porém a paixão pelo cinema e em 1956 voltou com “ O Pintor e a Cidade”.
Em 1963, “O Ato da Primavera” marcou uma nova fase de sua carreira, iniciando a prática da antropologia visual no cinema.
Até esse momento, a obra cinematográfica de Manoel de Oliveira é constantemente interrompida, devida a imposição da ditadura de Salazar.
Só após os 70 anos de idade, pôde explorar totalmente seus interesses por : desejo, medo, culpa e perdição, permeados pelo sentimento português de “consolação da melancolia”.
Vários de seus filmes são adaptações de obras literárias que destroem a narrativa convencional empregando planos longos e fixos.
Para uma expectativa geral, ele determinou que “Visita ou Memórias e Confissões”(1982) só será lançado após sua morte.
Manoel de Oliveira insiste em dizer que só cria filmes pelo prazer de fazer, independente da reação dos críticos.
Apesar das múltiplas condecorações em Festivais como Cannes, Veneza, Montreal e outros, levava uma vida retirada e longe das luzes dos holofotes.
Manoel de Oliveira faleceu aos 106 anos e ainda na ativa, no dia 02 de abril de 2015.

Principais Filmes :

-Cristóvão Colombo – O Enigma, Belle Toujours; O Espelho Mágico; O Quinto Império; Um Filme Falado; O Princípio da Incerteza; Palavra e Utopia; A Carta; Inquietude; Viagem ao Princípio do Mundo; O Convento; A Caixa; Vale Abraão; O Dia do Desespero; Divina Comédia; Os Canibais; Francisca; Amor e Perdição; Benilde ou a Virgem Mãe; O Passado e o Presente; Ato da Primavera; Aniki-Bobó.






Leonor Silveira



Nasceu em Lisboa em 28 de Outubro de 1970.

Estudou no Liceu Francês, e se formou em Relações Internacionais na Universidade Lusíada. Desempenhou função de assessora no Ministério da Cultura e foi vice-presidente do ICAM (Instituto do Cinema,Audiovisual Multimedia).
Ícone na cinematografia de Manoel de Oliveira, estreou em “Os Canibais”(1998).
Participou entre outros, nos filmes “A Divina Comédia”(1991), “Viagem ao Princípio do Mundo”(1997),”Party”(1996),”O Convento”(1995),”Inquietude”(1998),”A Carta”(1999),”Palavra e Utopia”(2000),”O Princípio da Incerteza”(2001), “Um Filme Falado”(2003),”Vale Abraão”(1993),"Vou Para Casa"(2001), "O Espelho Mágico"(2006),"Singularidades de Uma Rapariga Loura"(2009), "O Estranho Caso de Angélica"(2010), "O Gebo e a Sombra"(2012), "Mata Hari"*2016), (Raiva"(2018) e "Todos Mortos"(20).









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