Ladrões de Bicicleta - Vittorio De Sica + Neorrealismo Italiano

Ladrões de Bicicleta - Vittorio De Sica


Postado em 12/9/2011 



Ladri di Biciclette - Itália - 1947

Direção - Vittorio De Sica

Roteiro - Luigi Bartolini (romance), Cesare Zavattini, Suso Cecchi D´Amico, Oreste Biancoli, Adolfo Franci, Gerardo Guerrieri, Vittorio de Sica (roteiro).

Gênero - drama

Duração - 90 minutos

Elenco - Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola, Lianella Carell, Elena Altieri.

Sinopse - Antonio é um trabalhador de origem humilde que vive com a família em Roma. Precisando de uma bicicleta para assumir um emprego, ele consegue com sacrifício recuperar a sua bicicleta que estava penhorada. Entretanto,  para seu desespero, ela é roubada. Ele sai à procura pela cidade junto de seu filho Bruno. Como não consegue encontrá-la. ele resolve cometer o mesmo crime.

Curiosidades   - Oscar de melhor filme estrangeiro
                      - Globo de Ouro de filme estrangeiro
                      - O pôster que Antonio cola quando sua bicicleta é roubada, é do filme Gilda.
                      - A cena final é considerada uma das mais tristes e belas do cinema.

Comentário -  Marco inicial do neo-realismo italiano, De Sica mostra um melodrama familiar na dura realidade da Itália do pós-segunda guerra. Os atores amadores estão impecáveis com destaque para o garoto Enzo Staiola.Uma obra-prima que sempre está presente nas listas de melhores filmes já feitos.

Nota - 10


                                                            



Neorrealismo Italiano


Com o país devastado devido à Segunda Guerra, e com as limitações da indústria italiana de filmes, alguns jovens cineastas usaram a criatividade para filmar com os poucos recursos.
Roberto Rosselini, Vitorio De Sica e Luchino Visconti puseram as câmeras na rua para filmar temas sociais, com a maioria de atores amadores, num estilo semidocumental. O marco oficial do início do movimento é o filme "Roma, Cidade Aberta"(1945) de Rossellini, embora "Obsessão"(1943" de Luchino Visconti tenha sido o primeiro filme com características do movimento.
Com tramas episódicas que buscavam mostrar a vida cotidiana, câmera discreta, novas técnicas de edição e a naturalidade dos cenários e atores, o Neorrealismo trazia intensidade e rapidez inéditas.
Além dos citados diretores, roteiristas como Giuseppe de Santis, Federico Fellini e Pier Paolo Pasolini faziam parte do movimento neorrealista.
O período, muitas vezes chamado de Era de Ouro do cinema italiano, teve seu auge no final dos anos 1940, com os filmes Roma, Cidade Aberta, de Roberto Rossellini (1945); Shoeshine, de Vittorio De Sica (1946); Paisà, de Rossellini (1946); Ladrões de Bicicleta, de Vittorio de Sica (1948); A Terra Treme, de Visconti (1948); e Alemanha Ano Zero, também de Rossellini (1948).
O Neorrealismo influenciou o cinema de países como Reino Unido, Brasil, India e Irã. E mesmo na Itália, por volta dos anos 1960 e 1970, surgiu uma segunda geração de cineastas influenciados pelos filmes neorrealistas. Pier Paolo Pasolini, Bernardo Bertolucci, Paolo e Vittorio Taviani, Marco Bellocchio e Ermanno Olmi de certa forma retomaram algumas das características do Neorrealismo: fotografia documental, atores não profissionais, locações reais e temas sociais. Entretanto, essa geração também agregou à sua estética diversas lições da Nouvelle Vague francesa.





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